segunda-feira, 30 de julho de 2012

Almas á Venda (2009)


O filme começa mostrando uma frase de Descartes sobre o dualismo cartesiano, este será representado no filme pela possibilidade de dissociar corpo e alma (mente). O protagonista ao passar por uma crise existencial busca o Armazém de almas, a princípio para se livrar da sua enfadonha alma. 

A meu ver o filme levanta duas reflexões. A primeira mostra que a alma e inerente a nossa existência, ela faz uma distinção da alma como sendo a parte sensível do humano enquanto o corpo sendo o objetivo, racional e quase apático. E como se fossem interdependes, mas a existência plena só é possível quando se tem estes dois “aspectos” relacionados. É quase uma ilustração, evidentemente reinterpretada, do livro “As paixões da Alma”, do filósofo René Descartes. 

A segunda reflexão é acerca da insatisfação com a sua própria vida. O Armazém de almas permite também que as almas sejam alugadas, quem quiser obter uma nova pode escolher de acordo com a sua preferência.

Ter a alma de outra pessoa implica em apreciar a vida de forma diferente, já como descrito acima ela é o “elemento sensível” da vida. A comercialização parece ser uma metáfora para um dos problemas da contemporaneidade a respeito da constante insatisfação com sua nossas vidas e permanente busca em querer ser outro e/ou ter o que o outro possui.

Esta dificuldade em aceitar a sua “alma como sua”, assumir a sua vida é representada ainda no filme, como medo quando o protagonista se recusa a olhar para a própria alma. 

Para ter acesso a sinopse: http://www.imdb.com/title/tt1127877/

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