O filme começa mostrando uma frase
de Descartes sobre o dualismo cartesiano, este será representado no filme pela
possibilidade de dissociar corpo e alma (mente). O protagonista ao passar por
uma crise existencial busca o Armazém de almas, a princípio para se livrar da
sua enfadonha alma.
A meu ver o filme levanta duas
reflexões. A primeira mostra que a alma e inerente a nossa existência, ela faz uma
distinção da alma como sendo a parte sensível do humano enquanto o corpo sendo
o objetivo, racional e quase apático. E como se fossem interdependes, mas a existência
plena só é possível quando se tem estes dois “aspectos” relacionados. É quase
uma ilustração, evidentemente reinterpretada, do livro “As paixões da Alma”, do
filósofo René Descartes.
A segunda reflexão é acerca da
insatisfação com a sua própria vida. O Armazém de almas permite também que as
almas sejam alugadas, quem quiser obter uma nova pode escolher de acordo com a
sua preferência.
Ter a alma de outra pessoa
implica em apreciar a vida de forma diferente, já como descrito acima ela é o “elemento
sensível” da vida. A comercialização parece ser uma metáfora para um dos problemas
da contemporaneidade a respeito da constante insatisfação com sua nossas vidas
e permanente busca em querer ser outro e/ou ter o que o outro possui.
Esta dificuldade em aceitar a sua
“alma como sua”, assumir a sua vida é representada ainda no filme, como medo quando
o protagonista se recusa a olhar para a própria alma.
Para ter acesso a sinopse: http://www.imdb.com/title/tt1127877/
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